quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Definição de Leucemia

 Leucemias são doenças malignas que acometem os leucócitos, os glóbulos brancos do sangue presentes nos gânglios linfáticos e na corrente sanguínea.
Assim como os glóbulos vermelhos (cuja função é transportar oxigênio para órgãos e tecidos) e as plaquetas (células responsáveis pela coagulação), os leucócitos são fabricados dentro da medula óssea a partir de uma célula-tronco e são responsáveis por grande parte do nosso sistema imunológico.
Nas leucemias, além de perder a função de defesa do organismo, os glóbulos brancos doentes produzidos descontroladamente reduzem o espaço na medula óssea para a fabricação das outras células que compõem o sangue e elas caem na corrente sanguínea antes de estarem preparadas para exercer suas funções.

Tipos de Leucemia


Não se conhece a causa da maioria das leucemias, que podem ser classificadas de acordo com a evolução e o tipo de defeito dos glóbulos brancos:
Quanto à evolução:
a) Leucemia aguda – quando as células malignas se encontram numa fase muito imatura e se multiplicam rapidamente, causando uma enfermidade agressiva;
b) Leucemia crônica – quando a transformação maligna ocorre em
células-tronco mais maduras. Nesse caso, a doença costuma evoluir
mais lentamente, com complicações que podem levar meses ou anos para ocorrer.
Quanto aos glóbulos brancos afetados: 
a) Leucemia mieloide, linfocítica ou linfoblástica – afeta as células linfóides; é mais frequente em crianças;
b) Leucemia linfoide ou mieloblástica – afeta as células mieloides; é mais comum em adultos.

LEUCEMIA


A leucemia é uma forma de cancro que afeta os glóbulos brancos do sangue.
Este tipo de cancro é caracterizado por uma produção descontrolada de leucócitos (glóbulos brancos), que é causada por mutação cancerosa de células mielogénica ou linfogénica. O que acontece é que essa produção elevada de leucócitos anormais diminui progressivamente a produção de células normais, dando lugar ao aparecimento de anemia, infecções e hemorragias, que se não forem tratadas a tempo, em poucos meses ou mesmo semanas levam á morte do doente.
A leucemia é a doença maligna mais comum na infância, correspondendo aproximadamente a 30% dos casos de câncer da criança.



Em crianças e adolescentes saudáveis, existem células-tronco hematopoéticas suficientes para que haja uma produção contínua das células sangüíneas. Quando as células estão completamente maduras (com capacidade de funcionamento), elas deixam a medula óssea e migram para o sangue, onde realizam suas funções.
A leucemia provoca efeitos no organismo, nomeadamente:
_O funcionamento da medula óssea saudável torna-se cada vez mais difícil.
_As células leucémicas da medula óssea por sua vez, podem reproduzir-se com tanta intensidade a ponto de invadir o osso circundante, causando dor e, por fim, tendência a fracturas fáceis.
_Quase sempre as leucemias disseminam-se para o baço, fígado, e outras regiões especialmente vascularizadas.
_Causa ainda, a destruição das células em cada uma dessas áreas.
                                     
TIPOS:
Existem vários tipos de leucemia, caracterizadas pelo tipo de célula afetada, mas há dois tipos principais de leucemia: leucemia mielóide e leucemia linfática. Qualquer uma delas pode ser aguda ou crônica. A do tipo agudo provoca a morte em poucas semanas, sendo esta a mais típica em crianças. Dentro da leucemia, a leucemia linfática aguda é mais freqüente nas crianças e nos jovens (entre os 2 e os 5 anos, e geralmente é mais frequente no sexo masculino).
A leucemia mielóide é muito rara, atingindo na maioria indivíduos com mais de 60 anos.

As leucemias ocupam a maior zona do gráfico sendo que as leucemias linfáticas agudas (LLA)representam 70% das leucemias, seguidas das leucemias mielóide agudas(LMA) 23%, e ainda um pequeno grupo de outras leucemias (7%).Quando a criança tem leucemia, as primeiras queixas são semelhantes ás observadas noutras doenças. A criança pode começar por ter apenas cansaço fácil, falta de apetite ou febre. Estes sintomas, porém, são muito frequentes em muitas doenças das crianças. Contudo, existem um grupo de sintomas que podem levar a um alerta, e para um diagnóstico precoce da leucemia.









Curiosidades sobre o Câncer Infantil

  • O  câncer é a segunda maior causa de mortalidade infantil no Brasil. 
  •  Considerando que todos os órgãos do corpo estão formados por tecidos, que os tecidos se compõem de conjuntos de células, e que as células são as responsáveis pelo crescimento, evolução, e a renovação dos órgãos e tecidos, é necessário saber que quando existe uma alteração em uma célula, ou que essa tenha cumprido seu objetivo e respondido à demanda de órgãos e tecidos, e morre, se a célula sobreviver, originará células iguais a ela, distintas das normais, e, escapando aos mecanismos normais de controle, se proliferará originando um conjunto de células doentes e anormais que se localizará em um tecido ou órgão, podendo viajar pelo sangue a outros órgãos ou tecidos, causando tumores de muitos tipos e em localizações muito diferentes.


  •  O câncer no Brasil atinge, entre 12 e 13 mil crianças, anualmente.


  •  Diferentemente do câncer de adulto, o câncer da criança geralmente afeta as células do sistema sangüíneo e os tecidos de sustentação.


  •  A leucemia é o câncer que mais ocorre na infância. Existem vários tipos. Os mais frequentes são as leucemias linfoblásticas agudas, e podem acometer crianaçs com idades compreendidas entre 2 e 8 anos.



Fonte: http://br.guiainfantil.com/cancer-infantil.html

SINTOMAS

     Os principais sintomas associados a este tipo de leucemia são vários como :
  • Perda de peso e febre.
  • Uma contagem baixa de glóbulos brancos – leucopenia, e de granulócitos maduros – neutropénia ou granulocitopenia, aumenta o risco de infecções (especialmente da boca e da garganta).
  • Uma contagem baixa de glóbulos vermelhos – anemia, causa palidez, 
  • Cansaço              
  • Falta de ar e palpitações cardíacas.
  • Uma contagem baixa de plaquetas – trombocitopenia, provoca maior tendência para equimoses e hemorragias, úlceras do lábio e da boca.

   Alguns doentes sofrem de dores nos ossos e articulações. A LMA pode também causar o aumento do fígado e baço, dois órgãos localizados respectivamente do lado esquerdo e lado direito do abdómen. Este facto pode ser notado por um inchaço ou aumento da barriga e conseguem ser detectados por apalpação.
    A doença ocorre muitas vezes subitamente, com agravamento progressivo dos sintomas por um período de uma ou duas semanas; com menor frequência, estes sintomas vão aparecendo gradualmente durante dois ou três meses. Eventualmente, os idosos apresentam uma leucemia «arrastada», com início muito gradual da doença.


DIAGNÓSTICO

Para diagnosticar a doença, as células sanguíneas e da medula devem ser examinadas.          
O exame por coloração das células sanguíneas e sua visualização através de um microscópio, normalmente irá mostrar a presença de linfoblastos. Por essa razão, é mandatório o exame da medula óssea (mielograma) para se estabelecer o diagnóstico definitivo de leucemia. 
O aspirado de medula óssea em geral fornece material diagnóstico suficiente, mas em alguns pacientes pode ser necessária uma biópsia da medula. Embora a presença de mais de 5% de linfoblastos indique leucemia, a maioria dos laboratórios requer um mínimo de 25% de células blásticas leucêmicas no aspirado para confirmar o diagnóstico. 
As células sanguíneas e/ou da medula óssea também são utilizadas para determinar o sub-tipo de leucemia com a realização de exame citogenético (ou cariótipo) e imunofenotipagem e quando necessário, para outras investigações especiais.




TRATAMENTO

Curam-se hoje em dia, com sucesso, 60% das crianças com leucemia, e cerca de 30% dos adultos com esta doença.


QUIMIOTERAPIA
     Consiste no uso de medicamentos para eliminar as células cancerosas. A quimioterapia pode tomar-se de forma oral, ou pode administrar-se no corpo por injecção intravenosa, ou músculo. Considera-se um tratamento sistémico uma vez que o medicamento se introduz na corrente sanguínea de forma a eliminar células cancerosas por todo o corpo. 
    A quimioterapia é feita em várias fases. A primeira, chamada indução, tem a finalidade de atingir a remissão completa, ou um estado de aparente normalidade que se obtém após a poliquimioterapia (associação de várias drogas citotóxicas), uma vez que o principal objectivo consiste na destruição da maior quantidade possível de células leucémicas. Esse resultado é conseguido quando os exames os exames de medula óssea e sangue não evidenciam mais células da doença. Depois da remissão completa, é necessária uma pós-indução que elimina células não detectáveis pelos métodos disponíveis.
     Nas fases seguintes, o tratamento também varia de acordo com o tipo de leucemia (linfóide ou mielóide), podendo durar mais de dois anos nas linfóides e menos de um ano nas mielóides.
    São três as etapas nesta fase do tratamento: consolidação (tratamento intensivo com substâncias não empregadas anteriormente); reindução (repetição dos medicamentos usados na fase de indução da remissão) e manutenção (o tratamento é mais brando e contínuo por vários meses). Com o fim de manter a remissão e curar o paciente, deverá continuar-se a medicação durante três anos ininterruptos, a partir do momento em que se inicia o controle das células da medula óssea. Durante as diferentes etapas da quimioterapia, é necessária a realização de exames de sangue e da medula óssea, de forma a se conhecer a evolução da doença e ajustar as doses dos medicamentos.

RADIOTERAPIA

     Utiliza radiação de alta energia para matar células cancerosas. Feixes exteriores de radiação, emitidos por uma máquina, são direccionados para o local a tratar. No caso das leucemias, a radioterapia é normalmente utilizada antes de um transplante de medula ou transplante de células estaminais na corrente sanguínea.

TERAPIA BIOLÓGICA
    É uma outra forma de tratamento para a LMA, em que se pretende estimular ou restaurar a capacidade do sistema imunológico do paciente para combater o cancro. Nesta terapia usam-se substâncias produzidas pelo próprio corpo do paciente ou que são criadas em laboratório para reforçar, dirigir ou restaurar as defesas naturais do corpo contra a doença. A terapia biológica denomina-se por vezes de terapia modificadora da resposta biológica ou imunoterapia.


sábado, 17 de setembro de 2011

PREVENÇÃO DO CÂNCER INFANTIL


   Diferentemente do câncer em adultos, o câncer infantil geralmente afeta as células do sistema sanguíneo e os tecidos de sustentação do corpo, enquanto que o câncer em adultos afeta as células do epitélio, que recobre os diferentes órgãos (mama, pulmão, intestino, entre outros).
   As neoplasias mais frequentes na infância são as leucemias (glóbulos brancos), tumores do sistema nervoso central e linfomas (sistema linfático). Também acometem crianças o neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso periférico, frequentemente de localização abdominal), tumor de Wilms (tumor renal), retinoblastoma (tumor da retina do olho), tumor germinativo (tumor das células que vão dar origem às gônadas), osteossarcoma (tumor ósseo), sarcomas (tumores de partes moles)
   Doenças malignas da infância, por serem predominantemente de natureza embrionária, são constituídas de células indiferenciadas, o que determina, em geral, uma melhor resposta aos métodos terapêuticos atuais. De acordo com o INCA- Instituto Nacional do Câncer - estima-se que em torno de 70% das crianças acometidas de câncer podem ser curadas, se diagnosticadas precocemente e tratadas em centros especializados.
Alguns dos principais sinais e sintomas:
•   Febre prolongada de causa não identificada.
•   Ínguas de crescimento progressivo.
•   Vômitos acompanhados de dor de cabeça.
•   Crescimento do olho podendo haver mancha roxa no local.
•   Surgimento de dor ou caroço nas pernas.
•   Diminuição da visão ou perda de equilíbrio.
•   Dores nos ossos e nas juntas, com ou sem inchaços.
•   Caroço em qualquer parte do corpo principalmente na barriga.
•   Reflexo esbranquiçado no olho quando há incidência de luz.
•   Manchas roxas ou sangramento pelo corpo sem machucado.
•   Palidez.
•   Perda de peso.
   Alguns sinais e sintomas não são aparentes e outros sim. Por esse motivo, é de fundamental importância que os familiares fiquem atentos a qualquer sinal ou sintoma diferente que o seu filho possa apresentar. Caso haja qualquer alteração consulte o médico pediatra do seu filho (até 12 anos) ou médico clínico geral (a partir dos 13 anos) e realize o acompanhamento lembrando que o diagnóstico precoce do câncer é determinante para o sucesso do tratamento e a cura da doença.


CURIOSIDADES SOBRE O CÂNCER


  • Câncer, é uma palavra derivada do grego "karkinos";
  • Câncer não é uma doença única, mas 200 doenças distintas cada uma delas com suas próprias causas, história natural e tratamento;
  • O câncer compreende um grupo de doenças que aflige a raça humana e a animal;
  • O câncer é caracterizado por um crescimento autônomo, desordenado e incontrolado de células que ao alcançarem uma certa massa, comprimem, invadem e destroem os tecidos normais vizinhos;
  • Não se conhecem a causa ou causas de 85-90% do câncer;
  • Câncer ambiental é aquele em que o meio ambiente tem papel direto ou indireto em sua causa;
  • Em 1802 na Inglaterra, o "Comitê da Sociedade para melhorar as condições e conforto dos pobres" colocou entre 13 perguntas a seguinte: "Há alguma influência do clima ou das condições locais que facilitem qualquer tipo de câncer em qualquer parte do corpo?";
  • Os estudos epidemiológicos indicam que os fatores ambientais são importantes na causa da maioria dos cânceres;
  • De 80% a 90% dos cânceres resultam de fatores ambientais (Higginson and Doll);
  • Idade é o determinante mais importante para o risco de câncer;
  • Na maioria dos carcinomas (Ca epiteliais) as taxas de incidência aumentam constantemente com a idade. Isto se explica pelo efeito cumulativo da exposição à diferentes tipos de carcinôgenos;
  • Para alguns tipos de tumores (leucemias, lla e tumor de testículo) a maior incidência ocorre nos primeiros 4 anos de vida e entre os 20-24 anos, respectivamente;
  • Fumar dá câncer;
  • Exposição excessiva ao sol aumenta o risco de câncer da pele;
  • O câncer ocorre a qualquer idade, porem é mais frequente em pessoas de idade avançada;
  • A cura do câncer é definida como: ausência de tumor após o tratamento, por um período de vida tão longo como o do aquele que não teve câncer;
  • O câncer NÃO é uma desgraça social, uma punição divina ou um estigma pessoal;
  • Os oncologistas, com as novas tecnologias e tratamentos, hoje oferecem maior índice de cura respeitando a dignidade do ser humano, sua qualidade de vida e relacionamento familiar e social;
  • A cura do câncer depende de tratamento multidisciplinar;
  • Os fatores ambientais (macro e micro) são responsáveis por 80% dos tumores malignos, e os fatores endógenos e genéticos responsáveis pelos outros 20%;
  • América Latina tem alta incidência de tumores associados com a pobreza (colo do útero e estômago);
  • Os dados de mortalidade mostram que os tumores malignos ocupam os primeiros lugares em todos os países, e a tendência é de aumentar na faixa etária de 45-65 anos;
  • A faixa de mortalidade por câncer é maior entre as mulheres do que nos homens em todos os países, numa faixa etária de 30-64 anos. Isto se explica pela alta incidência de colo de útero e mama;
  • Alguns tipos de câncer, se diagnosticados em tempo e tratados corretamente, tem cura;
  • As crianças respondem melhor ao tratamento oncológico.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

TESTE GENÉTICO PODERÁ DETECTAR CÂNCER DE PRÓSTATA

   Um teste genético que identifica nos homens o risco de câncer de próstata pode estar disponível em três anos, informaram cientistas britânicos. Médicos pretendem usar o teste para identificar os estágios iniciais da doença, antes que o tumor comece a se espalhar pelo corpo, segundo informações do jornal britânico The Guardian.

   Os cientistas começaram a trabalhar no teste depois que um estudo realizado com aproximadamente duas mil pessoas encontrou sete "marcas genéticas" ligadas à doença e até então desconhecidas. Cada paciente que apresentava esses traços genéticos tinha 60% de chances de desenvolver câncer de próstata.
  A descoberta também deve abrir caminho para a criação de novas drogas. "Nós estamos entrando em uma era muito interessante da medicina. Eu penso que, definitivamente, esse tipo de medicina genética está por acontecer", disse o médico Rosalind Eeles, líder do estudo desenvolvido no Instituto de Pesquisa para o Câncer, em Sutton, na Inglaterra.

Teste

   O teste funciona a partir da comparação do DNA de homens com câncer de próstata com o DNA de pacientes considerados saudáveis. No estudo, foram coletadas amostras de DNA de 1.894 homens com 60 anos ou menos que foram diagnosticados com a doença ou que tinham o câncer de próstata no histórico familiar.
   Então as amostras foram comparadas com as de outros 1.894 homens com estilos de vida semelhantes, mas, de acordo com testes tradicionais, apresentavam pequeno risco de desenvolver tumores na próstata.        
   Comparando o DNA dos dois grupos, os cientistas identificaram sete "enganos" no código genético que estavam ligados ao câncer.
   Agora a equipe de cientistas lideradas por Eeles quer identificar quais desses traços genéticos ajudam no desenvolvimento da doença. Se funcionar, os médicos poderão acompanhar de perto o paciente que tiver mais risco de desenvolvê-la. O resultado no estudo foi publicado na revista científica Nature.


BIOLOGIA MOLECULAR É CHAVE CONTRA CÂNCER DE PULMÃO

  
   A biologia molecular é cada vez mais essencial na identificação e cura do câncer de pulmão e, por isto, profissionais das duas especialidades se reúnem pela primeira vez em Genebra para trocar conhecimentos e experiências. Durante quatro dias, mais de 1,2 mil especialistas de 70 países estão reunidos em Genebra no 1º Congresso Europeu de Câncer de Pulmão, organizado conjuntamente entre a Associação Internacional de Pesquisa do Câncer de Pulmão (IASLC, sigla em inglês) e a Sociedade Européia de Medicina Oncológica (ESMO, sigla em inglês).
   "É a primeira vez que temos uma participação tão grande de biólogos moleculares. Seu papel é cada vez mais importante pelos diferentes modelos biológicos apresentados pelos cânceres de pulmão", disse em entrevista o diretor e cientista do Instituto Catalão de Oncologia (ICO), Rafael Rosell.
   Rosell explicou que já é consenso que há remédios que funcionam com todos os pacientes. Às vezes, uma cirurgia resolve, mas em outros casos, são necessários radioterapia e quimioterapia, por isto, para os médicos é essencial saber qual tipo de paciente enfrentam.
   Outro dos problemas do câncer de pulmão é a dificuldade de diagnóstico precoce. O médico afirmou que o câncer genético também é como qualquer outra doença provocada por alteração genética, que qualquer pessoa pode apresentar. Por isto deve ser estudado separadamente.
   Por tudo isso serão analisados no Congresso tanto os resultados dos medicamentos existentes quanto os que atualmente estão em fase de teste e prontos para serem utilizados.

 

FONTE: http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI2784742-EI8148,00.html

terça-feira, 13 de setembro de 2011

BIOLOGIA MOLECULAR DO CÂNCER

O que é o câncer?

   Conjunto de doenças que têm em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se para outras regiões do corpo - metástase.Também denominado neoplasia maligna.


Biologia do Câncer


  O câncer é um distúrbio clonal, a maioria das neoplasias surgem de uma única célula que sofreu perturbação em seu mecanismo de regulação da proliferação e apoptose.

As diferenças entre as células normais e as células neoplásicas

 As células neoplásicas exibem simultâneamente seis fenótipos que conferem a essas células uma vantagem proliferativa:
  • Auto-suficiência em sinais proliferativos (independem de fatores de
  • crescimento);
  • Insensibilidade aos sinais antiproliferativos (insensíveis aos inibidores de
  • crescimento);
  • Evasão da apoptose;
  • Potencial replicativo ilimitado (imortalidade);
  • Angiogênese sustentada;
  • Invasão e metástase.

   Células normais podem exibir qualquer um desses fenótipos, mas deixam de ser normais quando os exibem simultâneamente.


Exemplos “normais”:
  • Macrófagos: são capazes de invasão (migração para locais com inflamação)
  • Células-tronco: potencial replicativo ilimitado
  • Algumas células requerem baixa quantidade de fatores de crescimento para proliferação
  • Formação de interações específicas entre os genes, o que acaba resultando no parecimento dos seis fenótipos apresentados
  Todos esses fenótipos não aparecem de uma vez - aparecem gradualmente, sem ordem definida.
 Ocorre o rearranjo das interações entre os genes para a formação de cada característica que constitui o fenótipo maligno, através de alterações bioquímicas de proteínas e de metabólitos (sem ocorrer alteração gênica) e através de alterações em genes importantes na rede de interação gênica, que ocorre através de:
  • Mutações somáticas;
  • Translocações cromossômicas;
  • Deleções;
  • Inversões cromossômicas.
As alterações

A presença de carcinógenos, que promovem a formação do câncer:
  • Substâncias químicas (por ex.: benzopireno no cigarro)
  • Radiação Ionizante
  • Inativação de genes responsáveis pela integridade do genoma também são importantes para a ocorrência dessas alterações.
  • Presença de vírus (exemplo: HPV câncer de cólo de útero)
  Os genes importantes na rede de interações gênicas que contribuem para o aparecimento do câncer:
  • Oncogenes;
  • Genes supressores de tumor;
  • Genes que codificam proteínas de reparo do DNA;
ONCOGENES

 Genes normais envolvidos com o controle positivo da proliferação celular que, quando super expressos, promovem o fenótipo maligno.


Exemplos:
  •  MYC: codifica fator de transcrição nuclear pró-proliferativo. Mutação pode aumentar a expressão deste gene e a proliferação celular.
  •  RET: codifica receptor celular que pode sofrer mutação e tornar-se ativo sem ligação do respectivo fator de crescimento.
  •  RAS: codifica proteína de transdução de sinal proliferativo que pode se tornar ativo mesmo sem receber sinal anterior (produzindo continuamente sinal)
  Sua superexpressão pode ser causada por:

1. Mutação (exemplo: gene RAS mutado na maioria dos tumores de cólon);
2. Rearranjo cromossômico:
  • Posicionamento de um gene próximo a um promotor, aumentando a expressão deste;
  • Formação de um novo gene (como na leucemia mielóide crônica - fusão dos genes ABR e BCL) que promove proliferação.
3. Amplificação gênica: geração de novas cópias do oncogene, aumentando sua expressão (exemplo: gene MYC).
  Já foram descobertos cerca de 100 oncogenes;
  Basta a superexpressão de uma das cópias de um oncogene para a produção do fenótipo maligno, mesmo na presença de uma cópia normal - (efeito dominante).


GENES SUPRESSORES DE TUMOR (GSTs)
  Genes normais envolvidos com o controle negativo da
proliferação celular que, quando não expressos, promovem o
fenótipo maligno.


Exemplos:
  • TGFBR: receptor que inibe o crescimento celular em resposta à citocina
  • TGF beta (inibe a proliferação de linfócitos, e as funções de macrófagos)
  • Rb: regula o ciclo celular.
  • NF1: inibição da transdução de sinal proliferativo pelo RAS.
  • APC: inibe a transdução do sinal proliferativo.
  • p53: inibe crescimento e multiplicação celular se detectar danos do DNA.
  • Promove reparação dos danos e caso esta não seja possível, desencadeia a morte celular programada - apoptose.
  • p16: inibe multiplicação celular de modo relacionado com p53.
  Genes normais envolvidos com o controle negativo da proliferação celular que, quando não expressos, promovem o fenótipo maligno.


Exemplos:
  • TGFBR: receptor que inibe o crescimento celular em resposta à citocina
  • TGF beta (inibe a proliferação de linfócitos, e as funções de macrófagos)
  • Rb: regula o ciclo celular.
  • NF1: inibição da transdução de sinal proliferativo pelo RAS.
  • APC: inibe a transdução do sinal proliferativo.
  • p53: inibe crescimento e multiplicação celular se detectar danos do DNA.
  • Promove reparação dos danos e caso esta não seja possível, desencadeia a morte celular programada - apoptose.
  • p16: inibe multiplicação celular de modo relacionado com p53.
 Para que um GST não se expresse completamente, é necessário que ambas as cópias desses genes sejam mutadas, perdidas ou possuam suas regiões promotoras metiladas (efeito recessivo);
 Sua subexpressão ou falta de expressão pode ser causada principalmente por perda de heterozigose.


  Para o estabelecimento de um câncer, são necessários 6 etapas (6 mutações), pelo menos, de acordo com o aparecimento de cada característica do fenótipo maligno.
  Para que ocorra essas etapas, o genoma deve estar instável devido ao mal-funcionamento dos genes de reparo do DNA, caso contrário, tais eventos são raros.
Portanto, defeitos nos genes de reparo do DNA, levam à Carcinogênese


Etapas da carcinogênese


   Auto-suficiência em fatores de crescimento:
  • Produção dos próprios fatores de crescimento (ação autócrina);
  • Ativação dos receptores de fatores de crescimento sem ligação desses fatores (mutação ou aumento da expressão);
  • Descontrole da sinalização após ativação dos receptores decrescimento (também por mutação ou aumento de expressão).
  Insensibilidade aos inibidores de crescimento corresponde à perturbação do controle do ciclo celular na transição da fase G1 para a fase S
  Os principais alvos são Rb (proteína retinoblastoma) e inibidores das Quinases Dependentes de Ciclinas (CDKI), que controlam o ciclo celular em G1/S , e ativam a proliferação.
  Numa célula normal...


  Insensibilidade aos inibidores de crescimento numa célula doente, há a inibição da proliferação – o controle do ciclo celular em G1/S está comprometido.

  Insensibilidade aos inibidores de crescimento: Controle do ciclo celular em G1/S numa célula Neoplásica


 Evasão à apoptose
  • Mais comum: inativação do gene supressor de tumor p53(50% dos tumores sólidos) este gene deflagra apoptose quando não é possível o reparo no DNA.
  • Superexpressão de oncogenes também pode contribuir para a inibição da apoptose. Imortalidade (ativação da telomerase)
Qual a função da telomerase?

  As DNA telomerases são ribonucleoproteínas cuja sequência de RNA liga-se à sequência complementar telomérica, usando-o como molde para catalisar a adição repetida de uma sequência específica rica em G à extremidade 3´ de uma molécula de DNA, formando o telômero.
  O telômero é a extremidade de um cromossomo linear, que consiste de repetições consecutivas de uma pequena sequência rica em G na porção terminal 3´ e é complementar a sequência da porção terminal 5´.
  Isso tudo porque as extremidades dos cromossomos apresentam um
problema para a maquinaria de replicação
  A ausência da telomerase resultaria no encurtamento do cromossomo a
cada etapa de replicação


 Etapas da carcinogênese

  Imortalidade (ativação da telomerase) – o aumento da atividade telomerásica pode permitir a replicação e o crescimento celular descontrolados.

Angiogênese invasiva:
  • Formação de novos vasos sanguíneos a partir dos vasos já existentes
  • Estes novos vasos podem contribuir para a proliferação de células tumorais
 Capacidade de invasão:
  As células que tem a sua primeira progênie, e não a segunda, proliferando excessivamente, mas que se mantém unidas em uma única massa, forma um tumor
benigno – pode ser removido completamente
  Um tumor só é maligno quando suas células tem a capacidade de invadir os tecidos vizinhos. Estas células tumorais caem na circulação sanguínea ou vasos linfáticos,
e formam tumores secundários ou metástases em outros locais do organismo.